Compositor: Eugène Potier
De pé, ó condenados da terra
De pé, ó forçados a fome
A razão borbulha em seu vulcão
E essa é a erupção final!
Vamos apagar a lousa do passado
Multidões de escravos, de pé, de pé
O mundo vai mudar sua base
Não somos nada, sejamos tudo!
Essa é a luta final
Juntemo-nos e amanhã
A Internacional
Unirá a raça humana
Não há um salvador supremo
Nem Deus, nem César, nem tribuna
Produtores, salvemo-nos a nós mesmos
Decretemos a salvação comum
Para que o ladrão
Tire o espírito da prisão
Nós mesmos operemos nossas próprias forjas
Bater o ferro quado estiver quente
Essa é a luta final
Juntemo-nos e amanhã
A Internacional
Unirá a raça humana
O Estado oprime e a lei trai
O imposto esmaga os miseráveis
Dever nenhum se impõe ao rico
Os direitos do pobre são uma frase vazia
Basta de languir-se em custódia
A igualdade quer outras leis
Sem mais direitos sem deveres, diz ela
Igualmente, sem mais deveres sem direitos!
Essa é a luta final
Juntemo-nos e amanhã
A Internacional
Unirá a raça humana
Deploráveis no poder
Os reis da mina e dos trilhos
Já fizeram algo
Além de apropriar-se do trabalho?
Nos cofres da corja
O que (o trabalho) criou se derreteu
Exigindo que devolvam-nos
O povo quer só o que lhe é devido
Essa é a luta final
Juntemo-nos e amanhã
A Internacional
Unirá a raça humana
Os reis nos embriagaram de fumaça (das máquinas industrais)
Paz entre nós, guerra aos tiranos
Façamos greve de soldados
Balas ao ar e rompamos os ranques
Se insistem, esses canibais
A fazer-nos de heróis
Logo saberão que nossas balas
São para nossos generais
Essa é a luta final
Juntemo-nos e amanhã
A Internacional
Unirá a raça humana
Nós somos os operários e camponeses
O grande partido dos trabalhadores
A terra só pertence àqueles que trabalham
Os ociosos vão morar alhures
Quanto de nossa carne já consumiram?
Mas se os corvos, os abutres
Desaparecem um dia desses
O Sol para sempre brilhará